Imagem e simulação 

   Ao iniciar essa discussão é preciso ressaltar que a imagem se constitui como realidade principalmente quando não tem acesso a mesma. Desde a arte rupestre há o registro do cotidiano da época, da sua realidade, da relação com a natureza. Neste contexto era observado que a realidade física era a mais registrada. Ainda investigando a história, mas com um grande salto para a era renascentista a relação com o divino e a figura humana era constantemente retratada pelas pinturas. Essas imagens produzidas têm função de registro histórico, o auto-retrato, por exemplo, é uma forma de registro em que se busca a imortalidade do indivíduo retratado. O registro cotidiano assim como o simbólico se mantém nestas duas eras. Quando se trata da arte impressionista há um movimento de retratar a natureza representada pelo sujeito que a observa. Já na arte moderna e no cubismo observa-se uma desestruturação, composições diferenciadas que buscam apresentar um significado. Observa-se uma "desamarra" da imagem e da própria realidade. Era um movimento de "dar asas à imaginação" e de desprendimento dos ideais de beleza humano. Especialmente no cubismo, em que havia a tentativa de manipular um elemento unitário da imagem, um elemento mínimo, podendo se pensar nesta fase como um momento de transição, e de desprendimento da representação.

      Com o trabalho de Sebastião Salgado, que retratou as mazelas sociais e acompanhou também refugiados de países em guerra observa-se que a fotografia, também se caracteriza como uma forma de representação da realidade e que isso deve nos lembrar que a representar da realidade não se desfaz com a fotografia. Porém, nos debatemos não só com a fotografia puramente e sim com a arte digital, e esta nos possibilita atuar no ponto da imagem, transformar um animal em outro, criar coisas que não existem, "brincando" com a realidade e representação.

O link abaixo traz uma discussão sobre simulação, realidade e imagem, para quem desejar ler mais sobre o assunto:

http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/polemica/article/view/6435/4861

    Antes era necessário haver a realidade para ter a imagem, mas hoje não necessariamente precisa disso. A imagem pode gerar uma realidade e isso se chama simulação. A simulação é um modelo do que pode acontecer, que podemos testar, analisar as consequências. A ciência, por exemplo, precisava que o acontecimento ocorresse para que fosse possível analisar as consequências, diferentemente de hoje.

      A simulação é fundamental para o estudo, educação, produção de conhecimentos. Quando se trata dos objetos virtuais da aprendizagem que geralmente são utilizados em disciplinas como ciências, biologia, física e química, pode-se ter resultados interessantes aos estudantes. Utilizar o simulador para entender o conteúdo e não só utilizar os elementos tecnológicos para ilustrar os conceitos apresentados em aula é uma atividade ainda difícil de ser posta em sala de aula. Geralmente os professores utilizam tais recursos para ilustrar as aulas dadas anteriormente. Pensando na riqueza de detalhes que a simulação pode trazer pra sala de aula, não seria interessante utilizá-la como forma de aprendizagem e não apenas ilustração?