Relações na contemporaneidade


Após assistir o vídeo do Zygmunt Bauman, algumas questões me chamaram atenção. Fatores associados à dinâmica da vida contemporânea me fizeram pensar sobre o quanto é preciso estar sempre resinificando e refletindo sobre o conceito de certas relações hoje em dia. Quando se trata de amizade, por exemplo, há uma correlação inevitável à quantidade e à uma série de relações superficiais nas redes. Muitos de nós, têm muitos "amigos" nas redes, porém só temos contato e conversamos com apenas alguns. Ainda assim, sentimos a necessidade de ter esses vários "amigos", mesmo que estes sejam meros conhecidos ou nem isso, porque dessa maneira, nos sentimos reconhecidos por isso. Consequentemente, o significado de amigo se remodela e se consolida tendo um sentido diferenciado.  Isso não acontece apenas nas relações de amizade feitas nas redes. Quando se está online é preciso se expor, seja comentando, curtindo ou compartilhando, pois é assim que nos mostramos presentes nesses espaços. Desse modo, é possível observar que quanto mais exposição se tem, mais se consegue "amigos", seguidores e assim se é ainda mais valorizado ou reconhecido. E é inegável que o olhar do outro nos influencia. E se tratando disso buscamos a admiração ou aceitação ou aprovação do outro. A partir disso, nos deixamos envolver nas relações que a vida contemporânea nos propõem que podem parecer frágeis ou fúteis, mas que permeiam nosso dia a dia, e não há possibilidade de ignorá-las ou viver fora delas. 
Toda essa discussão me remeteu a um texto, contido neste link:
http://www.contioutra.com/estavam-tao-felizes-que-nao-postavam-nas-redes-sociais/
O texto traz uma visão voltada à questões da psicologia relacionadas aos nossos comportamentos em rede. Achei interessante a abordagem e vale a pena se debruçar e dar uma lida sobre esta perspectiva.

Comentários

  1. E será que antes das redes sociais também não buscávamos a aceitação e aprovação do outro? Claro, pela amplitude das redes digitais, esse fenômeno ganha outra dimensão, mas me parece que as características que sempre nos marcaram como seres humanos continuam muito presentes.

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  2. De fato isso sempre existiu, mas atualmente temos mais acesso a outros sujeitos e aos seus momentos compartilhados, a partir do que vemos sinto que estas características e essa busca se tornam mais forte.

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